sábado, 11 de junho de 2011

Livro.

O rapaz olhava para o seu reflexo na água, enquanto as suas lágrimas caiam no rio e se misturavam com a água. O seu cabelo ruivo cai-lhe para a frente, ficando para além dos olhos, ao contrário do seu habitual aspecto espetado. Levantou a cabeça e olhando desta vez o céu, disse:

-Lembraste do dia em que nos conhece-mos? Foi uma terça-feira, se bem me lembro, e estava-mos perante a cidade para cumprirmos o juramento de Caçadores. Lembraste Sam? Lembraste do que juraste! FALA SEU DESGRAÇADO!

-Cala-te antes que te mate! Não tens nada a ver com isso!

-Não digas disparates. Juraste nunca abandonar um amigo, a tua cidade e fazer sempre o teu melhor e não recorrer a encantamentos negros.- O rapaz olhou para trás encarado o outro com quem falava. As lágrimas caiam-lhe pela face abaixo, quentes. -Lembra-te do nosso laço de amizade, não te deixes conquistar. Porra, eu sei que nunca nos demos bem, mas somos amigos. Já te esqueceste? Já te esqueceste das aventuras que já vivemos? Vá Sam, não faças isso!

-Cala-te Noah, é por tudo isso que faço o que faço hoje. O meu caminho depende de me ver livre da nossa amizade, das nossas memórias. E se queres sobreviver, aconselho-te que me saias do caminho.

O rapaz paralisou enquanto olhava para o outro. Era moreno, pálido como ele e um pouco mais alto. Tinham ambos catorze anos. Puxou de uma pequena espada que trazia consigo. Olhou a lâmina alaranjada e viu de novo o seu reflexo. O que significaria o facto de quando se reflectido, sentia uma enorme angústia? Não ligou a isso. Apontou a espada ao rapaz e olhou-o nos olhos.

-Bem, vejo que isto nos trouxe a este a momento. Se os deuses quiserem um de nós sobreviverá. E com muito pouca sorte este será o nosso ultimo confronto.

O outro rapaz tirou uma espada parecida com a daquele que o confrontava, tirando que a sua era azul.

-Coloca a marca da nossa cidade; Sam. Quero que lutemos como contemporâneos.

-Isso é uma total idiotice. Não precisamos disso para nos defrontarmos.

-Fá-lo ou não te darei hipótese de te mexeres.

O rapaz da espada azul colocou no braço um pedaço de tecido branco com uma lua e um sol desenhados.

-Bem, é agora.

-Sim é agora…

- É agora que nos defrontamos como iguais!- exclamaram em coro.

Sem comentários:

Enviar um comentário